Estamos celebrando na liturgia da Igreja o tempo do Advento. É o tempo de espera vigilante que precede o Natal do Senhor. Assim que a Palavra de Deus nos orienta.

Como temos dificuldades de esperar! Somos imediatistas e queremos ver resultados agora, ficamos ansiosos e até perdemos a serenidade diante da espera. O Advento nos educa a viver o tempo da espera. Assim, preparamo-nos para celebrar a vinda de Jesus, nosso Salvador, entre nós, seu nascimento. Ele veio a primeira vez e prometeu que virá uma segunda e última vez. Vivemos o tempo intermediário, entre a sua primeira vinda e a sua segunda vinda. O Advento nos recorda que Cristo vem hoje, presente na sua Igreja, nas pessoas, no mundo, nas famílias, nos sofredores e, como em Belém, procura “um lugar”, alguém que o acolha. Uma tríplice espera. Ele veio, Ele vem e Ele virá.

Algumas atitudes precisam ser tomadas para esperá-lo e acolhê-lo dignamente. 

Primeiramente devemos assumir a atitude de espera vigilante.  É uma espera de quem se preparar para a chegada do Senhor. Como quem espera um amigo. A espera vigilante nos dá segurança e tranquilidade. Faz superar o medo e a surpresa. A vigilância também indica a atitude de cuidado, para que “a casa não seja arrombada” (Mt 24,43). A vigilância nos mostra sempre o quanto ainda precisamos crescer.

A segunda atitude de quem espera é a oração. Ela é expressão da confiança em Deus que caminha conosco. A oração do Advento é uma oração alegre. Ser alegre não significar ser cheia de badalação, ou de barulho. A ornamentação da Igreja bem como a música e o cantos são sóbrios, leves, sem muitos arranjos, nem mesmo muitas flores. A oração expressa admiração. Somos convidados, especialmente, a rezar em família, em comunidade,  grupos de oração, por exemplo a novena do “Natal em família”.

A terceira atitude de quem espera é estar atento aos sinais. Há uma espiritualidade própria do advento. Há uma cor própria do advento, o roxo, que indica penitência. Existem símbolos próprios do advento, a coroa do advento, por exemplo. Toda uma preparação para o Natal.

Não deixemos que a sociedade de consumo nos roube estes símbolos. Não deixemos o papai Noel ocupar o lugar que não lhe pertence, o lugar do Menino Deus.

Mas, os sinais se manifestam, sobretudo, nas pessoas, na acolhida, no perdão e na misericórdia. 

A quarta atitude própria da espera do Natal é a solidariedade. Ele “se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza” (2Cor 8,9). Veio ao encontro dos pobres, nasceu pobre e viveu pobre. É preciso ir a Belém, levando os nossos dons, para que assim como Maria e José, possamos contemplá-lo, sem esquecer que Ele, Jesus, gosta de “esconder” nos nossos irmãos e irmãs. 

Vamos nos preparar e cantar: Maranathá!  “Vem, Senhor Jesus” (Ap 22,20), nós te esperamos.

Que Deus abençoe a todos!