Como parte das atividades do ano nacional mariano, aconteceu de 6 a 8 de outubro, o Simpósio Mariano, no Centro de Treinamento Sagrada Família, em Parnaíba. O evento teve início às 17hs com o credenciamento dos participantes, às 19hs a abertura com a oração inicial, seguida das palavras de Dom Juarez Sousa da Silva, bispo diocesano.

A 1° conferência, às 20hs, foi ministrada pelo arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, que versou sobre a figura de Maria nos evangelhos de Lucas e João. Aí vimos que não fomos nós que inventamos ou criamos o louvor a Maria, mas foi o próprio Deus, que A elegeu pra ser mãe do verbo encarnado. Por essa porta Jesus veio ao mundo e por essa porta nós temos acesso a Deus. Pudemos ver que Lucas fez um trabalho de recolhimento de elementos que outros já tinham começado. Em João, observamos que Maria está presente no início da vida pública de Jesus (bodas de Caná) e no final (junto à cruz).  Vimos também que o tema da HORA é uma das marcas no evangelho de João, bem como a afirmação da MULHER.

O segundo dia, teve início com a oração do Ofício de Nossa Senhora, às 8hs, e das 8:30 às 11:30 o conferencista foi o Pe. Clodomiro, com o tema: Maria em Mateus e Marcos. O palestrante começou sua fala situando os ouvintes à cerca do que é o gênero literário de um evangelho. O evangelho de Marcos é o mais antigo dos evangelhos, que data mais ou menos do ano 65 d.C. A marca deste evangelho é a incompreensão de Jesus por parte de seus discípulos e das autoridades pelas quais também é perseguido. Marcos fala da vida adulta e do ministério de Jesus e Maria, já entra no ministério público de Jesus,  Marcos foi escrito com base na pregação do apóstolo Pedro, ele era o secretário de Pedro. Marcos e Mateus estavam mais perto de Jesus por isso se valem da tradição oral. Mateus apresenta Jesus como o Messias nascido de Maria, o Deus conosco. Marcos não tinha a preocupação de falar de como tudo tinha começado, por isso fala muito pouco de Maria e traça mais o perfil da família de Jesus como aqueles que fazem a vontade de Deus (Mc. 3,35).

A 3° Conferência foi na tarde de sábado dia 7, e foi ministrada pelo nosso bispo diocesano Dom Juarez, com o tema: Maria nos padres da Igreja. Dom Juarez começou por esclarecer a expressão “padres da Igreja”. Quem são? Quais os critérios definem o que é um padre da Igreja? Os padres da Igreja são testemunhas das promessas desde os patriarcas. Conforme o monge Vicente Lérins, do séc. V,  são homens que perseveram em tudo que foi crido, em toda parte, sempre e por todos e se identificam e atestam: antiguidade, ortodoxia e santidade, falou das diversas heresias que explodiram no seio da Igreja e que eram combatidas pelos santos padres e desses combates foram surgindo as verdades de fé que nós hoje professamos, bem como os dogmas que hoje acreditamos. O dogma de Maria mãe de Deus, por exemplo, foi  definido no Concílio de Nicéia, em 325.

O 3° dia de nosso Simpósio contou com a conferência: Espiritualidade Mariana, proferida por frei Miguel Kleinhans, que a partir de duas citações bíblicas (Ef. 1,3-5 e 1,45) nos falou que Deus escolheu em Jesus Cristo que nos vem por Maria, que acreditou e por isso nos conduz a Cristo que nos leva ao Pai. Nos lembrou que Jesus e Maria estão sempre juntos e vivem com os pobres. “O totalmente pobre é totalmente puro. Maria nasce imaculada em vista de sua missão. Todo mundo que pronuncia a Palavra de Jesus é missionário. A infância de Jesus deve ter sido contada por Maria em seu silêncio. Maria é missionária silenciosa que não faz alarde de si. Maria, a silenciosa, se mantem na direção do desígnio de Deus. Em Maria o divino se faz humano e a Igreja vai sempre afirmar que este mistério é obra do Espírito Santo. O Espírito Santo gerou Cristo em Maria e acompanha toda a sua trajetória. Quem se encontrou com Maria deve ter sentido o toque do Espírito Santo. Jesus deve ter transmitido muito do que aprendeu com Maria, sua mãe.”

Às 10:15, foi o momento da entrega de certificados aos participantes do Simpósio, seguido de um lanche e encerrou-se com a celebração Eucarística, às 11hs.

Foi uma experiência que creio tenha ajudado a muitos dos participantes a reavivarem suas convicções a cerco do papel de Maria na história da salvação, e que possa auxiliá-los na ação pastoral em sua paróquias e comunidades. E a diocese de Parnaíba está de parabéns pela iniciativa!

Pe. Hernesto Pereira

Paróquia Nossa Senhora da Assunção – Camurupim/PI